Um levantamento realizado pelo Jornal Brasileiro de Economia da Saúde (JBES), apontou que a adesão à receita digital auxilia na redução de riscos à segurança dos pacientes.

Das 65 mil receitas digitais anexas à pesquisa realizada pela Mevo, cerca de 5 mil apresentaram ao menos uma interação medicamentosa. Ou seja, uma média de 2,5 interações por receita. 

Confrontando os dados das receitas emitidas entre janeiro e dezembro de 2019, a pesquisa revelou a baixa de 32,9% na quantidade de receitas com interação medicamentosa.   

O dado é pertinente uma vez que equívocos relacionados à prescrição de medicamentos estão entre os maiores problemas da saúde relacionados à segurança do paciente em todo mundo. Apenas nos Estados Unidos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há pelo menos um óbito por dia advindo dessa causa. Mundialmente, os custos relacionados a erros de medicação têm um valor anual de US $42 bilhões, segundo o relatório.  

Leia mais sobre a aplicação da tecnologia na área da saúde em: Saúde 5.0: a era da digitalização da saúde.

O que são as interações medicamentosas?

Na prática, as interações medicamentosas ocorrem quando os efeitos desejados de um medicamento são alterados. Isso acontece mediante a administração simultânea com outro remédio ou com alimentos e bebidas. Esse ato pode provocar diversos eventos de diferentes gravidades. Como, por exemplo, a diminuição da eficácia do tratamento, potencialização de efeitos adversos, piora no quadro clínico, aumento do tempo de internação, incapacidades físicas momentâneas ou permanentes e até o óbito.  

Segundo o estudo, a maior redução na quantidade de receitas com algum tipo de interação medicamentosa ocorreu entre o primeiro e o segundo mês (27,8%). Isso posteriormente à introdução das receitas digitais. Esses dados podem reforçar sua efetividade no suporte à decisão clínica e ao ato prescritivo. Em proporções menores, a queda ainda segue nos meses seguintes.  

Ademais, a pesquisa também reforça a necessidade de se agrupar evidências científicas que comprovem os benefícios da aplicação das tecnologias no cotidiano clínico. Além disso, salienta como a prescrição médica digital também atua como um apoio na educação e conscientização do prescritor, além da deliberação clínica.