O mercado de saúde dos Estados Unidos movimentou 20% do PIB do país, o equivalente a US$4 trilhões. Deste valor, grande parte está relacionada ao setor farmacêutico e de biotecnologia. Com isso, é possível observar uma mudança no setor de saúde e como os investimentos estão sendo direcionados para essas áreas. 

Mas, a área não cresce apenas no exterior. O Brasil tem uma riqueza gigante em biodiversidade e está avançando cada vez mais em inovações para unir esse potencial interno à saúde e desenvolver e aprimorar a área de biotecnologia. 

Vemos esse avanço na criação da Molkom Pharma Biotech Venture Builder, que é a 1ª Venture Builder do setor de biotecnologia, não apenas do Brasil, mas da América Latina. Segundo o CEO da Molkom Pharma Biotech, Kleber Miranda, ele comenta, na 8ª edição do MedTechTalks, que seu desejo de trazer para o país empresas mais inovadoras foi o gás que impulsionou a vinda de empresas asiáticas, européias e americanas para a América Latina nos setores de saúde. 

Empreendedorismo na área de Biotecnologia  

Empreender no Brasil na área da saúde visa impulsionar a ciência e validar soluções para a melhora da saúde de todos. Para Letícia Braga, PhD e CEO da Onco Tag, a pandemia gerou um momento propício para esse cenário de inovação, uma vez que ela ressalta a celeridade das ações. Afinal, “a pandemia é agora”, diz Braga. 

O setor de saúde não pode mais querer inovar em 10 ou 15 anos. Mas, o mercado se encontra com uma lacuna em seu processo de transformação. Cientistas e pesquisadores, que dedicam suas vidas para o estudo, devem começar a empreender e tirar seus produtos do papel. 

Assim, segundo Braga, é possível identificar dois pontos que tornam a atividade de se empreender em biodiversidade, no Brasil, difícil.

  • Falta de credibilidade nos produtos nacionais: O setor de startups e tecnologias para a saúde cresce cada vez mais em território nacional. Mas, os investidores ainda têm receio de fazer essa aposta por acreditar que tecnologias vindas de fora terão mais sucesso. O que é uma ideia equivocada, uma vez que o Brasil possui grandes startups da saúde, com efetividade comprovada. 
  • Ecossistema de investimento: Investir em biodiversidade não é um caminho simples ou certeiro. Mas, não existe falta de capital e sim a falta de acesso ao mesmo. Afinal, a conversa com o investidor não é fácil, mas é necessária. 

A mudança no setor

As healthtechs despontam como o grande setor de inovação. Ademais, estima-se que, até 2028, o mercado de biotech no mundo esteja valendo em torno de US$ 2.4 trilhões. Então, para que o Brasil não fique de fora desse mercado gigantesco, é necessário que investidores e pesquisadores comecem a abrir um diálogo. 

Caso isso não aconteça, o país corre o risco de estagnar quando tratamos de inovação. Assim, as empresas existentes, começaram a competir por preço e isso leva a depressão da margem de lucro. 

Já é possível vermos uma mudança no mindset dos gestores de saúde, e como estes estão mais antenados a se conectarem com investidores, detentores de novas tecnologias, como as startups, e inaugurando programas de aceleração. 

Por fim

A formação técnica não é mais o suficiente para o pesquisador se manter no mercado. O mesmo vale para profissionais da saúde. Ambos devem estar com seu olhar no mercado, onde podem empreender e fugir do oceano vermelho em que todos os outros estão caindo.

Esse olhar empreendedor é o que possibilitará a biotecnologia, e demais inovações, a se tornarem uma potência no futuro, que a cada dia chega mais rápido.

Aproveite e ouça também o podcast do evento