Cuidados de saúde por Peter Diamands

Os cuidados de saúde são essenciais. Porém, a saúde hoje é reativa, burocrática e cara. É um cuidado doentio, não de saúde. Mas isso está mudando.

Em 2018, startups de longevidade receberam mais de US$ 800 milhões em investidos. Esse valor representa mais do que o dobro dos cerca de US$ 400 milhões investidos no ano anterior.

Porém, uma pergunta fica no ar: Por que o sistema de saúde está quebrado? E como, apesar disso, vivemos no momento mais saudável da história da humanidade?

O sistema de saúde está quebrado

Os médicos gastam US$ 210 bilhões por ano em procedimentos. Essas ações não são baseados na necessidade do paciente, mas no medo da responsabilidade. Ademais, os americanos gastam, em média, US$ 8.915 por pessoa em saúde – mais do que qualquer outro país.

Outro fator que agrega a essa conta são os medicamentos prescritos, que custam cerca de 50% mais nos Estados Unidos do que em outros países industrializados. Em taxas atuais, até 2015, quase 25% do PIB dos EUA será gasto em saúde.

Também é importante ressaltar que, segundo pesquisas, demora por volta de 12 anos e custa US$ 359 milhões, em média, para levar um novo medicamento do laboratório para um paciente. Diante disso, apenas 5 em 5.000 desses novos medicamentos são submetidos a testes em pessoas. Por fim, o uso é aprovado para apenas um. E, no entanto, vivemos no momento mais saudável da história humano.

Resultado dos cuidados de saúde

Neste momento, os países com a expectativa de vida mais baixa do mundo ainda têm sua média mais alta do que os países com maior expectativa de vida no século 18. Em 1841, uma criança de cinco anos tinha uma expectativa de vida de 55 anos. Hoje, estima-se que uma criança de cinco anos pode viver até seus 82 anos – um aumento de 27 anos.

Aliás, estamos vendo um aumento dramático no healthspan. Agora, a estimativa é que pessoas de todas as idades podem viver entre 81 e 86 anos.

Conforme outros dados interessantes para essa análise, há 100 anos atrás existia a estimativa que uma de três crianças antes dos cinco anos de idade morreria. A partir de 2015, a taxa de mortalidade infantil caiu para apenas 4,3%. Outra número que sofreu alteração foi a taxa de mortalidade por câncer, que diminuiu 27% nos últimos 25 anos.

Os 9 mecanismos do envelhecimento

* Seção adaptada de CB INSIGHTS: The Future Of Aging.

Longevidade, saúde e envelhecimento estão ligados. Por isso, com os avanços e melhores cuidados de saúde, podemos conectar esses pontos e tratar as doenças do século 21.

Sobretudo, ao investigar como tratar doenças, entenderemos melhor os fatores que causam tais consequências e o que pode se relacionar com o motivo pelo qual envelhecemos.

Ademais, listaremos as nove marcas do envelhecimento e seu impacto na saúde:

Instabilidade genômica

Com o tempo, o meio ambiente e os processos celulares normais causam danos aos nossos genes. Atividades como voar em altitudes muito altas, por exemplo, nos expõem a radiação aumentada ou radicais livres. A aceleração do envelhecimento é proveniente desse dano que acontece ao longo da vida.

Desgraça de telômeros

Cada filamento de DNA no corpo é limitado por telômeros. Esses trechos de DNA repetidos milhares de vezes são projetados para proteger a maior parte do cromossomo. Os telômeros encurtam conforme o nosso DNA se replica; se um telômero atingir uma certa falta crítica, uma célula irá parar de se dividir, resultando em aumento da incidência de doença.

Alterações epigenéticas

Os fatores ambientais mudam como os genes são expressos com o passar dos anos. Ou seja, como acontece a leitura das sequências de DNA e a instalação do conjunto de instruções.

Perda de proteostasis

À medida que envelhecemos, diferentes proteínas em nosso corpo não irão mais se dobrar e funcionar como deveriam, resultando em doenças que variam de câncer a distúrbios neurológicos.

Sensores de nutrientes desregulados

Os níveis de nutrientes no corpo podem influenciar várias questões metabólicas. Por isso, a alteração dos níveis das vias dessas proteínas tem implicações na longevidade.

Disfunção mitocondrial

As mitocôndrias começam a cair de desempenho à medida que envelhecemos. Então, a queda do desempenho resulta em fadiga e outros sintomas de doenças associadas ao envelhecimento.

Senescência celular

As células envelhecem e param de se dividir conforme a idade. A eliminação delas do corpo também não é possível. Assim, eles se acumulam e causam aumento da inflamação.

Esgotamento das células-tronco

Com o passar dos anos, nosso suprimento de células-tronco começa a diminuir de 100 a 10.000 vezes em tecidos e órgãos. Além disso, as células-tronco sofrem mutações genéticas, que reduzem sua eficácia na renovação e reparação do corpo.

Comunicação intercelular alterada

As células envelhecem e esse fato interrompe os mecanismos que elas usam para se comunicar. Assim, isso resulta na diminuição da capacidade de transmitir informações entre as células.

 

Tecnologias para cuidados de saúde

Em resumo, nos últimos 200 anos, temos visto a criação de tecnologias de assistência médica que possibilitam um boom de vida útil.

Assim, tecnologias como inteligência artificial, impressão em 3D e sensores vem ganhando espaço. Outros avanços são vistos, por exemplo, em pesquisas genômicas e com células-tronco, na área química e muitas outras, que buscam atacar as questões fundamentais de porquê envelhecemos.

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